quinta-feira, 12 de abril de 2018

A 'diversidade' e a 'inclusão' que servem para 'dividir para reinar'

 

A Marta Mucznik escreve aqui um artigo em que comete vários erros de análise e de avaliação; desde logo, confunde 'Lisboa' com 'Portugal', na velha tradição do Estado Novo segundo a qual “Portugal é Lisboa, e o resto é paisagem”.

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Depois, tem um discurso obamista, próprio da Esquerda “progressista” americana [não confundir a Esquerda americana que se diz “progressista”, por um lado, com os “liberals” da cultura anglo-saxónica], que se caracteriza (também) pela adopção da “política identitária” que teve origem no marxismo cultural; e é no contexto da “política identitária” que se utiliza a palavra “diversidade”, o que passa a ser um oxímoro, porque, no contexto do apartheid das identidades sociais e culturais (como acontece nos Estados Unidos depois de Obama), é uma contradição em termos falar em “diversidade”. A diversidade só existe realmente em um contexto de coesão social, o que não acontece nos Estados Unidos que a Mucznik tanto adora.

Mas a Marta Mucznik escreve no Observador ! Oh la la ! Gente fina é outra coisa !

Donald Trump tem vindo a ser criticado porque declarou publicamente que o seu critério de selecção de pessoas é o da competência — ao passo que a Mucznik, na linha da política identitária (marxismo cultural) de Obama, acha que o mérito não tem tamanha importância e que devemos meter gente no governo (e no paralamento) em função de quotas ou da cor da pele.

Mas quando Israel limita ferozmente a imigração (até construiu um muro!) e até paga para que os imigrantes saiam de Israel, a Mucznik mete a viola ao saco e já não fala de “diversidade” — porque judeu é assim: a terra dele é sempre uma excepção à regra.

E eu até concordo com os judeus : Portugal também deve ser uma excepção à regra. O que eu não concordo é que a Mucznik silencie o caso da “diversidade” de Israel, por um lado; e, por outro lado, ataque a “diversidade” de Portugal. “Pimenta no cu dos outros é chupa-chupa!”.

Em suma, a Marta Mucznik pode até enganar o saloio lisboeta; mas não engana Portugal inteiro.


O jornal Observador foi criado para ser uma alternativa à ditadura do pensamento único, mas foi de tal modo invadido pelo marxismo cultural que já não se distingue de uma outra publicação qualquer. É mais do mesmo. O Observador já é hoje uma vergonha para o leitor lúcido.

A Mucznik defende a humilhação do povo português, quando defende a ideia de que os portugueses devem sentir vergonha da sua História:

“Não se promove a coesão social, intercultural e inter-racial, sem procurar sarar as feridas do passado e assumir alguma responsabilidade histórica perante erros cometidos ao longo dos séculos. O país e a sociedade deram os primeiros passos em relação a um capítulo negro da história nacional, que reporta à expulsão dos Judeus, às conversões forçadas e à instituição da Inquisição no séc. XVI”.

Eu, enquanto português — como a esmagadora maioria dos portugueses —, penso que fizemos coisas más e coisas boas, como não poderia ser de outra forma. Não há civilizações perfeitas.

O que não é tolerável é que gente como a Mucznik se agarre ao negativo histórico para poder criticar uma História e um povo inteiros !

Alguém em França disse que “O SOS BALEIAS serve para salvar as baleias; e o SOS RACISMO serve para salvar o racismo”.

A política identitária adoptada pela Mucznik (seguindo o catecismo dos radicais americanos obamistas, na senda de Alinsky) só serve para salvar o racismo, e é isso que essa gente pretende: dividir a população portuguesa ainda mais do que já está. Dividir para melhor reinar.

Naturalmente que a Mucznik evita a palavra “multiculturalismo” e adopta, em vez disso, a palavra “multiculturalidade” : é a semântica marxista cultural e/ou politicamente correcta funcionar: se se provar experimentalmente que um pau não é uma pedra, o pau há-de ser certamente um pedregulho.

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